Por: Maísa Furtado, www.maisafurtado.com

Atualmente, é quase impossível imaginar uma profissão que não tenha incorporado a tecnologia ao seu dia-a-dia. Sua utilização se faz presente em recursos mais básicos, como no armazenamento de dados ou na realização de cálculos em computadores; assim como em tarefas mais complexas, como na detecção de cânceres através de sensores  e na fabricação de casas digitalmente. Por que não utilizar, então, esses recursos também na psicologia clínica?

Na terapia cognitivo-comportamental, uma das técnicas mais utilizadas é a psicoeducação. Psicoeducação consiste em explicar, ensinar ou discutir um determinado tema – que pode ser um transtorno, uma habilidade ou as próprias diretrizes da terapia. Através desse debate, o paciente pode aprender novos conceitos e formas de desenvolvê-los ou, simplesmente, se compreender melhor.

Na psicologia, a utilização de materiais lúdicos é muito comum e pode ser utilizada nesta etapa. Optar por vídeos pode ser uma maneira simples e eficaz de usar a tecnologia para trabalhar com crianças e adolescentes, pessoas com dificuldade em manter a atenção ou com rebaixamento cognitivo. Também pode ajudar os familiares da pessoa em tratamento a compreenderem o que está acontecendo e serem mais empáticos e colaborativos.
Confira abaixo alguns vídeos sobre diferentes questões que podem ser trabalhadas em terapia.

  • Vivendo com depressão
    Público alvo: adultos, jovens e familiares

Postado recentemente por uma fotógrafa em seu canal no youtube (@CallMeKat), o vídeo impacta por descrever com veracidade como é viver com esse transtorno. Muito bom para esclarecer sintomas comuns da depressão com pacientes e seus familiares e motivar pessoas que ainda não estão em tratamento a pedir ajuda. A versão com legendas pode ser vista aqui:

Imagem de Amostra do You Tube

  • Defenda-se!
    Público alvo: crianças

Criado para uma campanha de conscientização sobre abuso sexual infantil, o vídeo “defenda-se!” aborda a diferença entre carinho e abuso. Interessante para ser utilizado por psicólogos e pais com crianças pequenas.

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  • O poder da empatia
    Público alvo: jovens e adultos

Mesclando animações divertidas com um ótimo texto, o vídeo “o poder da empatia” esclarece a diferença entre empatia e simpatia, sendo uma boa ferramenta para trabalhar com pessoas que tem dificuldades para pensar em outras possibilidades e se colocar na perspectiva do outro.

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  • Minutos psíquicos
    Público alvo: jovens e adultos

“Minutos psíquicos” é um canal no youtube recheado com material extremamente didático. Conceitos sobre cérebro, cognição e filosofia são explicados de forma simples por um narrador enquanto desenhos vão sendo realizados. Além de divertidos, os vídeos são curtos, o que ajuda a prender a atenção.
O vídeo mais famoso deles é sobre depressão, mas você pode achar praticamente qualquer assunto por lá!

Fobia Social

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 Transtorno Obsessivo Compulsivo

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  • Jout Jout
    Público alvo: jovens

Jout jout é uma jornalista de 24 anos que estourou na internet em 2015 por falar sobre tabus de forma simples e descontraída. Apesar de nem todos os vídeos terem potencial para serem usados no consultório – e constituírem uma escolha um pouco ousada – alguns podem ser usados com jovens, principalmente os mais resistentes ao processo terapêutico.
“O que está acontecendo em mim?” pode ser útil para consolidar a explicação do modelo cognitivo e do pressuposto básico da TCC de que não é o que acontece conosco que dita o que deve sentimos e como devemos agir, mas a nossa interpretação daquela situação.

Imagem de Amostra do You Tube

O vídeo que a tornou famosa – “não tira o batom vermelho” – também pode ser bacana para discutir relacionamentos abusivos.

Como psicólogos clínicos, principalmente no trabalho com crianças e jovens, é fundamental que sejamos criativos para não tornar o processo terapêutico monótono e desinteressante. Lembramos, contudo, que é importante bom senso e que os vídeos acima são apenas ideias. Antes de tentar algum material lúdico, sempre procure perceber pelo que o paciente se interessa e no que sua ideia pode ajudá-lo.

E você, conhece algum vídeo que possa ser usado em terapia? Compartilhe conosco! 🙂

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